O delegado Carlos Oliveira recebeu reporteres do site SRZD em sua casa, no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (21/04) . Em entrevista, o ex-subchefe de Polícia Civil afirmou que toda a polêmica não passou de uma perseguição racista e briga de poder, e disparou: "Eu reafirmo o que disse na CPI (das armas). Uma investigação racista e direcionada. No final de tudo, vocês irão entender. Fui vítima de briga de poder e racismo".
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Oliveira disse que não se sente diminuído depois de tudo o que aconteceu e garante que aprendeu muito com toda a situação. "Tudo isso que ainda estou passando serviu para me mostrar o quanto sou querido e como as pessoas acreditam no meu trabalho. Essas pessoas são meu maior patrimônio. Tenho recebido apoio até de quem eu nem conheço. Isso me tranquiliza um pouco", disse o delegado.
Quando perguntado sobre a sensação de ficar dois meses e nove dias preso e hoje voltar ao lar, Carlos Oliveira respondeu: "Agora eu já começo a acreditar que as coisas estão caminhando para que a verdade apareça. Isso (o habeas corpus) já mostra que a justiça está começando a ser feita. Eu vejo que nem tudo está perdido".
A todo momento o ex-subchefe de Polícia Civil ressaltou o carinho que vem recebendo de amigos, vizinhos, familiares e até de policiais que o conhecem. Durante entrevista, várias vezes seu telefone celular tocou. Eram amigos prestando solidariedade e manifestando justiça pela sua liberdade. "Quem me conhece acredita em mim, confia em mim. E aqueles que não me conheciam e estão acompanhando os fatos, já começam a acreditar. O tempo é o senhor da razão", acrescentou Oliveira.
Apesar de se dizer vítima de um esquema de poder, Carlos Oliveira preferiu não dar nomes e não fazer acusações, orientado pelos advogados, já que o processo ainda não terminou.
O delegado Carlos Oliveira foi preso no dia 11 de fevereiro pela Operação Guilhotina. Um habeas corpus aprovado pela 7ª Câmara Criminal, por unanimidade, o colocou em liberdade nesta quarta-feira.